Qual é o grupo alvo da psicose?

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A psicose afeta principalmente jovens e adolescentes, podendo ser um episódio transitório (perturbação psicótica breve) ou sinalizar transtornos mentais como esquizofrenia, transtorno bipolar e depressão. O uso de drogas também pode desencadear episódios psicóticos.

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Quem é afetado pela psicose? Um olhar sobre o grupo de risco

A psicose, um grupo de sintomas que envolvem a perda de contato com a realidade, frequentemente retratada na mídia de forma sensacionalista, é um distúrbio mental complexo que afeta pessoas de todas as idades, gêneros e origens socioeconômicas. No entanto, certos grupos apresentam maior vulnerabilidade e, portanto, são considerados o grupo alvo principal. Contrariando a ideia de que a psicose atinge apenas indivíduos com predisposição genética ou em situações de extremo estresse, a realidade é mais complexa e requer uma abordagem multifatorial.

Embora possa manifestar-se em qualquer idade, a joventude e a adolescência constituem, de fato, um período crítico de maior incidência. A transição para a vida adulta, com suas mudanças hormonais, sociais e emocionais, cria um terreno fértil para o aparecimento de sintomas psicóticos em indivíduos geneticamente predispostos ou que estejam vivenciando situações de alta vulnerabilidade. É nesse grupo etário que a psicose pode se manifestar de forma mais aguda, impactando significativamente o desenvolvimento pessoal e a trajetória acadêmica e profissional.

Contudo, considerar apenas a faixa etária seria uma simplificação equivocada. A esquizofrenia, por exemplo, um dos transtornos mentais que frequentemente apresenta sintomas psicóticos, pode surgir em idades mais avançadas, embora a manifestação na juventude seja mais comum. Da mesma forma, transtornos afetivos, como o transtorno bipolar e até mesmo a depressão grave, podem apresentar episódios psicóticos como parte de seu quadro clínico, independentemente da idade de início.

Outro fator crucial a ser considerado é o uso de drogas psicoativas. O consumo de substâncias como cocaína, maconha, anfetaminas e alucinógenos pode desencadear episódios psicóticos, mesmo em indivíduos sem histórico prévio de doença mental. Este fator aumenta significativamente o risco, especialmente em indivíduos jovens, e sublinha a importância de políticas públicas de prevenção ao uso de drogas.

É importante ressaltar que a psicose não é uma entidade única e isolada. Ela é um sintoma, uma manifestação de um problema subjacente que pode ter diversas causas, incluindo fatores genéticos, ambientais e psicossociais. Portanto, definir um grupo alvo com precisão se torna complexo. A abordagem ideal é identificar os fatores de risco, como história familiar de transtornos mentais, trauma infantil, isolamento social e uso de drogas, para compreender a vulnerabilidade individual e implementar estratégias de prevenção e tratamento adequadas. Este enfoque holístico é essencial para garantir um melhor cuidado e prognóstico para aqueles que sofrem com a psicose. Finalmente, é crucial lembrar que a psicose, embora desafiadora, é tratável, e um diagnóstico precoce e o acesso a serviços de saúde mental qualificados são fundamentais para a recuperação.