Qual o transtorno mental mais comum na nossa sociedade?

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Ansiedade e depressão lideram as estatísticas de transtornos mentais, impactando significativamente a saúde global. Embora a ansiedade apresente maior prevalência, a depressão se destaca como principal causa de incapacidade laboral, comprometendo produtividade e presença no trabalho, segundo a OMS.

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A Complexa Corrida entre Ansiedade e Depressão: Qual o Transtorno Mental Mais Comum?

A saúde mental, tema ainda cercado por estigma e incompreensão, apresenta desafios crescentes em nossa sociedade. Definir qual o transtorno mental mais comum é uma tarefa complexa, pois a prevalência varia de acordo com a metodologia de pesquisa, critérios diagnósticos utilizados e acesso aos serviços de saúde. No entanto, a ansiedade e a depressão se destacam de forma inegável, protagonizando uma espécie de “corrida” pelo topo das estatísticas, com impactos significativos na saúde global e individual.

A afirmação de que a ansiedade apresenta maior prevalência é frequentemente encontrada em estudos epidemiológicos. Isso se deve, em parte, à sua natureza mais difusa e à variedade de suas manifestações. Desde a ansiedade generalizada, caracterizada por preocupações excessivas e persistentes, até os ataques de pânico, com seus sintomas físicos intensos, a ansiedade se infiltra em diferentes aspectos da vida, muitas vezes passando despercebida ou sendo minimizada. A facilidade com que se manifesta, aliada ao receio de buscar ajuda, contribui para a sua alta taxa de prevalência.

Por outro lado, a depressão, apesar de talvez não apresentar uma prevalência numericamente superior à ansiedade em todos os estudos, assume um papel de destaque como causa principal de incapacidade em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A gravidade de seus sintomas – tristeza profunda, perda de interesse em atividades prazerosas, alterações no sono e apetite, entre outros – afeta significativamente a capacidade funcional dos indivíduos. A depressão, em sua forma mais severa, leva ao afastamento do trabalho, à redução da produtividade e, em casos extremos, à invalidez. Sua incapacitação funcional, portanto, a coloca em um patamar de destaque, mesmo que sua prevalência bruta possa ser similar à da ansiedade.

É importante ressaltar que a coexistência de ansiedade e depressão é bastante comum. Muitos indivíduos sofrem com ambos os transtornos simultaneamente, o que torna a distinção ainda mais desafiadora e reforça a necessidade de uma abordagem integrada e holística no cuidado à saúde mental. A comorbidade – a ocorrência de mais de um transtorno mental na mesma pessoa – é um fator crucial a ser considerado ao se analisar a prevalência de cada condição.

Em conclusão, não há uma resposta definitiva e universal para a pergunta sobre qual o transtorno mental mais comum. A “corrida” entre ansiedade e depressão é acirrada, com a primeira apresentando, frequentemente, maior prevalência, enquanto a segunda se destaca como principal causadora de incapacidade. A complexidade dessa questão exige que nos concentremos na prevenção, no diagnóstico precoce e no acesso a tratamentos eficazes para ambos os transtornos, reconhecendo a importância de uma abordagem que considere a individualidade de cada caso e a realidade da comorbidade. O foco deve ser na promoção da saúde mental como um todo, desmistificando o tema e incentivando a busca por ajuda profissional.