Como se referir aos dois géneros?

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Substantivos comuns de dois gêneros empregam uma única forma, distinguindo-se o masculino do feminino apenas pelo artigo ou outro determinante. Assim, o/a artista, o/a cliente, o/a estudante e o/a jornalista exemplificam essa categoria gramatical, onde a flexão de gênero se dá exclusivamente por meio dos artigos ou adjuntos.

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A Nuance da Linguagem: Lidando com Substantivos Comuns de Dois Gêneros

A língua portuguesa, rica em nuances e particularidades, apresenta desafios interessantes para quem busca a precisão na escrita e na fala. Um desses desafios reside na correta utilização dos substantivos comuns de dois gêneros. Ao contrário do que muitos pensam, a questão não se limita a simplesmente adicionar “o/a” antes do substantivo. Compreender a sutileza da sua aplicação requer um olhar atento às implicações estilísticas e contextuais.

O ponto crucial reside na compreensão de que substantivos como “artista”, “cliente”, “estudante” e “jornalista” não possuem, em si mesmos, uma forma gramatical específica para o masculino e o feminino. A distinção de gênero ocorre exclusivamente através do artigo definido (o/a) ou indefinido (um/uma), ou ainda por adjetivos, pronomes possessivos e outros determinantes que concordem com o gênero do indivíduo em questão. Portanto, dizer “o artista” ou “a artista” não altera a forma do substantivo em si, mas sim especifica o gênero a que se refere.

A escolha entre “o” e “a” é, portanto, fundamental para a clareza da comunicação. O uso indevido pode gerar ambiguidade ou, pior, transmitir uma mensagem diferente da pretendida. Imagine a frase: “O estudante foi premiado”. Sem contexto adicional, não sabemos se o estudante premiado é homem ou mulher. Já “A estudante foi premiada” elimina a ambiguidade imediatamente.

No entanto, a simples utilização de “o/a” antes de todos os substantivos comuns de dois gêneros não é sempre a melhor opção. Em alguns casos, pode soar artificial ou redundante. A busca pela naturalidade e elegância da escrita exige um bom discernimento. Se o contexto deixar claro o gênero do substantivo, a utilização do artigo específico (o ou a) torna-se suficiente e mais elegante. Por exemplo, em uma lista de premiados, onde já se especificou o gênero de cada um previamente, repetir “o/a” seria desnecessário.

Além disso, em alguns contextos informais, a omissão do artigo pode ser aceitável, principalmente quando o gênero já está implícito ou irrelevante para o sentido da frase. Contudo, em textos formais, como artigos científicos ou documentos oficiais, a precisão é crucial e o uso adequado dos artigos se torna imprescindível.

Em suma, a questão de como se referir aos dois gêneros em substantivos comuns não se resume a uma fórmula mágica. A chave reside na compreensão do contexto, na busca pela clareza e na escolha estilística mais adequada para cada situação. A utilização de “o/a” é uma ferramenta valiosa, mas seu emprego deve ser consciente e estratégico, visando a eficácia e a elegância da comunicação. A prática e a leitura atenta são fundamentais para dominar essa nuance da língua portuguesa e expressar-se com precisão e naturalidade.