Como é formado o feminino?

5 visualizações

Para substantivos que terminam em -o sem tonicidade, a forma feminina geralmente surge com a troca por -a, como em gato que vira gata. Já substantivos que terminam em consoantes normalmente adicionam -a para indicar o feminino. Essas são maneiras comuns de construir o gênero feminino em substantivos no português.

Feedback 0 curtidas

A formação do feminino em português, embora pareça simples à primeira vista, esconde nuances e peculiaridades que vão além da tradicional troca de “-o” por “-a”. Embora essa regra seja válida para muitos casos, como em “menino” e “menina”, ou “lobo” e “loba”, a língua portuguesa apresenta diversas estratégias para a flexão de gênero, tornando o assunto mais rico e complexo.

Podemos classificar a formação do feminino em substantivos de algumas maneiras:

1. A clássica troca de “-o” por “-a”: Como já mencionado, essa é a regra mais comum e intuitiva. Aplica-se principalmente a substantivos cuja terminação “-o” é átona, como em “gato/gata”, “cachorro/cachorra”.

2. Adição de “-a” a substantivos terminados em consoante: Esta regra também é bastante frequente, como em “leão/leoa”, “doctor/doctora”. Perceba, inclusive, que a adição do “-a” pode provocar alterações na pronúncia, como a transformação do “r” em “ra” em “doctor/doctora”.

3. Substantivos com a mesma forma para ambos os gêneros (epicenos): Alguns animais, por exemplo, possuem apenas uma forma para designar ambos os gêneros. Para diferenciá-los, utilizamos os termos “macho” e “fêmea”. Exemplos: a cobra macho/a cobra fêmea; o jacaré macho/o jacaré fêmea.

4. Substantivos com radicais diferentes (heterônimos): Em alguns casos, a mudança de gênero implica na mudança completa do radical da palavra. Exemplos clássicos são “homem/mulher”, “bode/cabra”, “genro/nora”.

5. Substantivos uniformes (comum de dois gêneros e sobrecomum): Os substantivos comuns de dois gêneros apresentam a mesma forma para masculino e feminino, sendo a distinção feita pelo artigo ou por um adjetivo. Exemplos: “o/a estudante”, “o/a cliente”. Já os sobrecomuns possuem uma única forma para ambos os gêneros, sem variação de artigo ou adjetivo, como “a criança”, “a vítima”, “o cônjuge”.

6. Substantivos terminados em “-ês”: Substantivos terminados em “-ês”, como “freguês” e “português”, formam o feminino trocando o “-ês” por “-esa”: “freguesa”, “portuguesa”.

7. Influências estrangeiras: Com a globalização, palavras estrangeiras são incorporadas ao português. A formação do feminino nesses casos pode seguir a regra da língua original ou adaptar-se às regras do português.

8. Casos especiais: Existem ainda casos particulares que não se encaixam perfeitamente nas categorias acima, como a palavra “cão”, cujo feminino é “cadela”.

A formação do feminino em português é, portanto, um sistema complexo e multifacetado, que vai muito além da simples troca de “-o” por “-a”. A compreensão dessas nuances contribui para um domínio mais completo e preciso da língua. Observar as diferentes regras e exceções é fundamental para uma comunicação clara e eficaz.