Como é considerada a linguagem de sinais?

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A Língua Brasileira de Sinais (Libras) é uma língua própria do Brasil, reconhecida legalmente (Lei nº 10.436/2002). Criada em conjunto com o INES, é utilizada no país.

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A Língua Brasileira de Sinais (Libras): Mais do que um sistema de comunicação

A Língua Brasileira de Sinais (Libras) é muito mais do que um sistema de comunicação; é uma língua completa, estruturada e complexa, que carrega a riqueza cultural e histórica de sua comunidade de usuários. Distinta da Língua Portuguesa, a Libras possui gramática própria, vocabulário específico e diferentes níveis de formalidade. Reconhecida legalmente no Brasil pela Lei nº 10.436/2002, a Libras não é apenas uma ferramenta para expressar necessidades e desejos, mas um espelho da identidade cultural dos surdos.

Apesar do reconhecimento legal, ainda há preconceitos e desafios a serem superados na sociedade brasileira. Muitos veem a Libras como um “simples sistema de gestos,” ignorando a sua complexidade e estrutura gramatical. Esse entendimento equivocado contribui para o desrespeito à língua e, consequentemente, à dignidade das pessoas surdas.

A Libras utiliza uma combinação de expressões faciais, movimentos corporais e posicionamentos das mãos para transmitir significados. Diferentemente de alguns mitos, a Libras não é apenas um “gesto para cada palavra”. Existem regras gramaticais precisas que determinam a ordem das palavras, a formação de frases complexas e a aplicação de recursos específicos, como os chamados “marcadores gramaticais” presentes em outros sistemas de linguagem.

O reconhecimento da Libras como língua de direito, assim como a garantia de educação bilíngue, são cruciais para o desenvolvimento integral de crianças surdas, possibilitando-lhes acesso a todas as áreas do conhecimento e participação plena na sociedade. A inclusão da Libras no cenário educacional, profissional e social representa um avanço significativo na luta por uma sociedade mais justa e inclusiva.

O aprendizado da Libras não se limita à compreensão de gestos isolados. Requer o estudo profundo da sua estrutura gramatical, das diferentes modalidades de expressão e da sua relação com a cultura surda. Somente assim é possível estabelecer uma comunicação efetiva e respeitosa, rompendo barreiras de comunicação e promovendo a inclusão.

A valorização da Libras vai além de uma questão de acessibilidade; ela reflete um compromisso com a diversidade linguística e cultural do Brasil, promovendo respeito, empatia e compreensão entre diferentes grupos. A Libras é, portanto, uma língua viva, em constante evolução, que merece ser compreendida e valorizada em toda a sua complexidade e riqueza.