Como expressar concordância?
A concordância verbal segue a regra básica: o verbo concorda com o sujeito. Em orações com expressões partitivas (maioria de, parte de, etc.) + substantivo, o verbo pode concordar com a expressão partitiva ou com o substantivo que a segue, permitindo dupla concordância.
Além do Básico: Nuances na Expressão da Concordância em Português
A concordância verbal, a harmonia entre o verbo e seu sujeito, é a base da clareza e elegância em português. Embora a regra “o verbo concorda com o sujeito” seja o pilar fundamental, a riqueza da língua nos apresenta situações que exigem uma análise mais refinada, especialmente quando lidamos com estruturas sintáticas menos convencionais. Este artigo explora alguns desses casos, indo além da simples concordância sujeito-verbo e focando em nuances e sutilezas da expressão da concordância em português brasileiro.
Concordância com Sujeitos Compostos: A concordância verbal com sujeitos compostos pode parecer simples, mas apresenta variações. Se os núcleos do sujeito são unidos por conjunção aditiva (e, nem), o verbo geralmente vai para o plural. No entanto, se os núcleos designam a mesma pessoa ou coisa, ou se há ideia de unidade, o verbo pode ficar no singular.
- Exemplo (Plural): O pai e o filho viajaram para o exterior.
- Exemplo (Singular): A moça e a beleza dela encantava a todos.
Concordância com Coletivos: A concordância com coletivos (ex: grupo, multidão, bando) permite uma flexibilidade interessante. O verbo pode concordar com o coletivo (singular) ou com o substantivo que o especifica (plural), dependendo do grau de ênfase que se quer dar à coletividade ou à individualidade dos elementos do grupo.
- Exemplo (Singular): Um bando de pássaros sobrevoou a cidade. (ênfase no bando como um todo)
- Exemplo (Plural): Um bando de pássaros sobrevoaram a cidade. (ênfase nos pássaros individualmente)
Concordância com Pronomes Relativos: A concordância do verbo com o pronome relativo “que” segue a regra básica: o verbo concorda com o antecedente do pronome. Já com o pronome “quem”, o verbo geralmente fica na terceira pessoa do singular, independentemente do antecedente.
- Exemplo (“que”): São estes os livros que foram doados à biblioteca.
- Exemplo (“quem”): Foi ele quem fez o bolo.
Concordância com Expressões Quantificadoras: Expressões como “mais de um”, “menos de dois”, “perto de”, etc., seguidas de substantivo no plural, geralmente levam o verbo ao singular, exceto quando a ideia de pluralidade é predominante.
- Exemplo (Singular): Mais de um aluno faltou à aula.
- Exemplo (Plural): Mais de dez alunos faltaram à aula (a pluralidade é mais evidente).
A Concordância Ideológica (ou silepse): A silepse é uma concordância que se faz não com a forma gramatical, mas com a ideia subentendida. É um recurso estilístico que pode criar efeitos expressivos, mas exige cuidado para não gerar ambiguidade.
- Exemplo: A maioria dos alunos estavam satisfeitos com a prova. (Concordância com a ideia de pluralidade dos alunos, embora “maioria” seja singular.)
Conclusão: Dominar a concordância verbal vai além da memorização de regras. Compreender as nuances da língua, as possibilidades de variação e os efeitos estilísticos que podem ser obtidos através de diferentes escolhas verbais, é fundamental para uma escrita precisa, elegante e eficaz. A prática e a leitura atenta são ferramentas indispensáveis para aprimorar essa habilidade linguística.
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