Como tratar dislalia infantil?

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A dislalia infantil pode ser tratada com fonoaudiologia, que aprimora a fala, a percepção e interpretação dos sons, e a construção de frases. Em alguns casos, avaliação com otorrinolaringologista ou psicólogo pode ser necessária.

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Desvendando a Dislalia Infantil: Um Guia Completo para Pais e Educadores

A dislalia infantil, caracterizada pela dificuldade em articular corretamente os sons da fala, é uma condição comum que afeta muitas crianças em fase de desenvolvimento. Longe de ser motivo para preocupação excessiva, a dislalia, quando identificada e tratada precocemente, apresenta excelentes prognósticos. Este artigo busca oferecer um guia completo e diferenciado sobre a dislalia infantil, abordando suas causas, diagnóstico, tratamentos e dicas práticas para auxiliar o desenvolvimento da fala do seu filho.

O que é Dislalia Infantil?

É importante ressaltar que a dislalia não é um problema de inteligência ou compreensão. A criança com dislalia entende o que é dito, mas apresenta dificuldades em produzir determinados sons, trocando letras, omitindo-as ou distorcendo-as. Essa dificuldade pode variar em intensidade, desde a troca de apenas um som até a afetação de diversos fonemas, tornando a fala da criança difícil de compreender.

As Causas da Dislalia: Uma Abordagem Abrangente

Embora a causa exata da dislalia nem sempre seja clara, alguns fatores podem contribuir para o seu desenvolvimento:

  • Maturação Lenta: Em alguns casos, a dislalia pode ser resultado de um ritmo de maturação mais lento das estruturas responsáveis pela fala, como a língua, os lábios e o palato.
  • Problemas Anatômicos: Alterações na estrutura da boca, como freio lingual curto (língua presa), fenda palatina ou malformações dentárias, podem dificultar a articulação correta dos sons.
  • Dificuldades de Percepção Auditiva: A dificuldade em perceber e discriminar os sons da fala (discriminação fonêmica) pode levar a erros na produção dos mesmos.
  • Fatores Ambientais: A falta de estímulo adequado à fala, modelos de fala incorretos em casa ou na escola, ou mesmo traumas emocionais podem contribuir para o desenvolvimento da dislalia.
  • Problemas Neurológicos: Em casos mais raros, a dislalia pode ser um sintoma de problemas neurológicos, como paralisia cerebral.

Identificando a Dislalia: Sinais de Alerta

Observar o desenvolvimento da fala do seu filho é fundamental. Alguns sinais de alerta que podem indicar a presença de dislalia incluem:

  • Troca de letras: Substituir um som por outro (ex: “rato” por “lato”).
  • Omissão de letras: Não pronunciar um som na palavra (ex: “ato” por “rato”).
  • Distorção de letras: Produzir um som de forma incorreta, diferente do som padrão.
  • Dificuldade em formar frases: Construir frases com estrutura gramatical inadequada ou com vocabulário limitado para a idade.
  • Fala difícil de entender: Ter dificuldade em ser compreendido por outras pessoas.
  • Frustração ao tentar se comunicar: Demonstrar irritação ou desânimo ao falar.

O Caminho do Tratamento: A Fonoaudiologia como Pilar Principal

O tratamento da dislalia infantil é geralmente conduzido por um fonoaudiólogo, profissional especializado em distúrbios da comunicação. O tratamento fonoaudiológico visa:

  • Avaliação Completa: O fonoaudiólogo realiza uma avaliação detalhada da fala da criança, identificando os sons que ela tem dificuldade em produzir e as possíveis causas da dislalia.
  • Exercícios Personalizados: Com base na avaliação, o fonoaudiólogo elabora um plano de tratamento individualizado, com exercícios específicos para fortalecer os músculos da face e da boca, aprimorar a percepção auditiva e treinar a produção correta dos sons.
  • Estimulação da Linguagem: O tratamento também pode incluir atividades para estimular o desenvolvimento da linguagem, como a ampliação do vocabulário e a construção de frases mais complexas.
  • Orientação aos Pais: O fonoaudiólogo orienta os pais sobre como auxiliar a criança em casa, com dicas e atividades para reforçar o aprendizado e promover um ambiente favorável ao desenvolvimento da fala.

Além da Fonoaudiologia: Uma Abordagem Multidisciplinar

Em alguns casos, pode ser necessário o acompanhamento de outros profissionais, como:

  • Otorrinolaringologista: Para avaliar a audição e descartar problemas anatômicos que possam estar contribuindo para a dislalia.
  • Psicólogo: Para auxiliar a criança a lidar com a frustração e a ansiedade que a dislalia pode causar, e para investigar possíveis causas emocionais do problema.
  • Neurologista: Em casos mais raros, para investigar a presença de problemas neurológicos.

Dicas Práticas para Ajudar seu Filho em Casa

Além do tratamento fonoaudiológico, você pode fazer muito para ajudar seu filho a desenvolver a fala:

  • Converse com ele desde cedo: Incentive a comunicação, mesmo que ele ainda não fale corretamente.
  • Leia para ele: A leitura é uma excelente forma de apresentar novos vocabulários e modelos de fala corretos.
  • Brinque com ele: Use jogos e brincadeiras que estimulem a fala, como imitar sons de animais, cantar músicas e contar histórias.
  • Corrija-o com carinho: Não ridicularize a criança por seus erros, mas corrija-a de forma suave e paciente, repetindo a palavra corretamente.
  • Seja um bom modelo: Articule bem as palavras e use uma linguagem clara e simples.
  • Celebre o progresso: Elogie e incentive a criança a cada pequena conquista, mostrando que você acredita no seu potencial.
  • Evite comparações: Cada criança tem seu próprio ritmo de desenvolvimento. Não compare seu filho com outras crianças.

O Futuro da Fala: Um Olhar Otimista

A dislalia infantil, quando identificada e tratada precocemente, apresenta um prognóstico bastante positivo. Com o acompanhamento fonoaudiológico adequado e o apoio da família, a grande maioria das crianças consegue superar as dificuldades e desenvolver uma fala clara e compreensível. Lembre-se: o apoio e a paciência são os melhores aliados nesse processo!