O que muda na nova ortografia da língua portuguesa?

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O novo acordo ortográfico simplificou a escrita do português, eliminando duplicações e aportuguesando algumas palavras. Mudanças mais notáveis incluem a eliminação do h em algumas palavras e a unificação de grafias para termos semelhantes. Essas alterações visam padronizar a escrita em diferentes países lusófonos.

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O que mudou de fato com o Acordo Ortográfico de 1990? Desvendando as principais alterações.

O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado em 1990 e implementado gradualmente nos países lusófonos, trouxe mudanças significativas para a escrita da nossa língua. Embora a ideia de simplificação seja central, a percepção da população muitas vezes se limita a algumas alterações pontuais. Este artigo visa esclarecer as principais modificações, indo além dos exemplos mais citados, e desmistificar a ideia de uma revolução completa na ortografia.

A premissa fundamental do acordo foi a padronização da escrita do português, aproximando as diferentes variantes existentes em países como Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, entre outros. Para isso, optou-se por uma série de alterações que visavam, principalmente, a eliminar redundâncias e inconsistências ortográficas.

As mudanças mais significativas podem ser agrupadas em algumas categorias:

  • Eliminação do hífen em muitos casos: Esta é uma das mudanças mais perceptíveis. Muitas palavras compostas perderam o hífen, seguindo regras mais flexíveis. Por exemplo, “auto-escola” passou a ser “autoescola”, “anti-inflamatório” tornou-se “anti-inflamatório” (mantendo o hífen em palavras compostas por prefixos), e “para-quedas” passou a ser “paraquedas”. A regra, entretanto, exige análise caso a caso, e muitos manuais de estilo oferecem detalhamento das exceções.

  • Uso do hífen em prefixos: A utilização do hífen em prefixos como “co”, “pre”, “sub”, “sobre”, “super”, “intra” e outros sofreu mudanças significativas, dependendo da vogal ou consoante que se segue. A regra, concisa, é: hífen se a palavra seguinte começar com a mesma vogal do prefixo ou com “h” (ex: “co-herdeiro”, “sub-humano”). Se iniciar com consoante diferente, não se usa hífen (ex: “cooperação”, “subterrâneo”).

  • Simplificação do uso de acentos: Algumas palavras perderam o acento diferencial, como em “pára” (verbo) e “para” (preposição). Entretanto, é importante frisar que a maioria das regras de acentuação permanece inalterada, e a sua correta aplicação continua essencial para uma escrita precisa.

  • Unificação de grafias: Palavras com grafias diferentes em Portugal e no Brasil foram unificadas. Exemplos incluem a adoção de “pôr” (verbo) em ambos os países, e a eliminação de algumas formas arcaicas.

  • Alterações em nomes próprios: Algumas adaptações foram feitas em nomes próprios, visando simplificar a escrita e aproximar a grafia de variantes utilizadas em diferentes países.

A percepção da mudança:

É crucial ressaltar que o Acordo Ortográfico não alterou a língua falada, mas sim sua escrita. A pronúncia das palavras permaneceu a mesma. A dificuldade em sua adaptação reside, principalmente, na necessidade de internalizar novas regras e ultrapassar o hábito arraigado da escrita anterior. A mudança gradual, com um período de transição que permitiu a coexistência de grafias, visava minimizar o impacto da alteração.

Em resumo, o Acordo Ortográfico de 1990 representou um esforço importante de padronização da escrita da língua portuguesa. Apesar das mudanças, a essência da língua se mantém, e a compreensão das novas regras é essencial para uma escrita correta e atualizada. O estudo detalhado das novas normas, através de manuais e gramáticas atualizados, continua sendo a melhor forma de dominar a nova ortografia.