Por que o verbo fica no singular?
O verbo concorda com o sujeito no singular quando este é composto por um ou outro ou nem um nem outro. Se o sujeito for formado por infinitivos, o verbo fica no singular, exceto se os infinitivos forem antônimos, caso em que o verbo concorda no plural.
A Concordância Verbal com Sujeitos Compostos: Singularidades e Exceções
A concordância verbal, a harmonia entre o verbo e seu sujeito, é um pilar da gramática portuguesa. Em geral, o verbo acompanha o número e a pessoa do sujeito. No entanto, a língua, rica em nuances, apresenta casos que desafiam a regra geral, exigindo atenção e bom discernimento. Um desses casos, frequentemente fonte de dúvidas, é a concordância com sujeitos compostos que, em determinadas situações, levam o verbo para o singular.
O ponto central a ser abordado aqui é a concordância verbal com sujeitos compostos ligados por “ou”, “nem”, e as expressões correlativas “não só…mas também”, “tanto…quanto”, “não apenas… como também”. A regra geral determina a concordância no plural, mas há exceções importantes que justificam a concordância no singular.
A concordância no singular se aplica predominantemente quando a ideia expressa é de exclusão ou alternância. Observe os exemplos:
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“Ou João ou Maria irá à festa.” Aqui, apenas uma das pessoas irá à festa, excluindo-se a possibilidade de ambas participarem. A ideia é de alternativa, e, por isso, o verbo fica no singular.
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“Nem o pai nem a mãe compareceu à reunião.” Similarmente, a ausência de ambos é sugerida. Apenas um dos pais deixou de comparecer. A ideia de exclusão justifica o singular.
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“Não só Pedro mas também Ana viajou para o exterior.” Neste caso, a viagem ocorreu individualmente, não simultaneamente. Embora a conjunção apresente dois sujeitos, a ação verbal se refere a cada um de forma individual.
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“Tanto o aluno como o professor se esforçaram (ou esforçou) naquela prova.” O verbo no plural enfatiza a ação conjunta; no singular, a ênfase recai na semelhança da ação individual. Ambas as construções são aceitáveis, mas com nuances de sentido distintas.
Infinitivos como Sujeito:
Outra situação que pode levar à concordância verbal no singular está relacionada a sujeitos compostos formados por infinitivos. Em geral, o verbo concorda no singular:
- “Estudar e trabalhar é fundamental para o sucesso.” A ação conjunta de estudar e trabalhar é vista como um único elemento, justificando o singular.
A exceção a essa regra ocorre quando os infinitivos são antônimos, expressando oposição ou contradição:
- “Amar e odiar se misturam em seu coração.” A oposição entre “amar” e “odiar” indica ações distintas, exigindo o plural.
Em resumo, a concordância verbal no singular com sujeitos compostos não é uma regra arbitrária. Ela decorre da análise semântica da frase, da relação entre os elementos do sujeito e a ideia de exclusão, alternância ou unidade da ação verbal. A compreensão dessas nuances é fundamental para o domínio da concordância verbal em português. A escolha entre singular e plural, em muitos casos, reflete sutilezas de sentido e estilo, demandando uma análise cuidadosa do contexto.
#Concordância Verbal#Regra Gramática#Verbo SingularFeedback sobre a resposta:
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