Quais palavras caiu o hífen?

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O hífen foi abolido em muitas locuções, como substantivas (fim de semana), adjetivas (café com leite) e adverbiais (dia a dia). Exceções pontuais se mantêm, como água-de-colônia e cor-de-rosa. Consulte o VOLP para detalhes.

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Adeus, hífen: um panorama das palavras que perderam o tracinho

A reforma ortográfica de 2009, implementada no Brasil a partir de 2016, trouxe mudanças significativas para a escrita da língua portuguesa, e uma das mais perceptíveis foi a supressão do hífen em diversas palavras. Embora a intenção fosse simplificar a ortografia, a mudança gerou dúvidas e, mesmo após anos, ainda causa certa confusão. Este artigo busca esclarecer quais palavras perderam o hífen, focando nas locuções e apresentando um panorama geral, sem se aprofundar em regras específicas que podem ser encontradas no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP).

O principal alvo da reforma, no que diz respeito ao hífen, foram as locuções – junções de duas ou mais palavras que, juntas, adquirem um novo significado. Anteriormente, muitas dessas locuções eram grafadas com hífen, independentemente da classe gramatical. A nova regra, de forma geral, eliminou o hífen em locuções formadas por palavras que perderam a noção de composição, ou seja, aquelas em que as palavras componentes já não são percebidas individualmente, mas sim como um bloco único de significado.

Locuções Substantivas, Adjetivas e Adverbiais: a grande mudança

A maioria das locuções substantivas, adjetivas e adverbiais perderam o hífen. Exemplos clássicos incluem:

  • Substantivas: fim de semana, sala de aula, pé de moleque, cartão de crédito.
  • Adjetivas: cor de vinho, tom de pele, à toa (considerada locução adjetiva feminina).
  • Adverbiais: dia a dia, frente a frente, lado a lado, de vez em quando.

Observe que a regra se aplica mesmo quando o primeiro elemento é uma preposição, como em à toa. A simplificação visa a fluidez da escrita, refletindo a forma como essas expressões são pronunciadas, sem pausas ou ênfase em cada palavra individualmente.

Exceções que confirmam a regra (e geram dúvidas)

A reforma, porém, não eliminou completamente o hífen. Algumas locuções mantiveram o tracinho, criando exceções que, muitas vezes, parecem arbitrárias e contribuem para a dificuldade de memorização. A justificativa para a permanência do hífen nesses casos geralmente se baseia na pronúncia ou na tradição da escrita. Alguns exemplos notáveis são:

  • água-de-colônia: a pronúncia mais fechada, com uma leve pausa entre as palavras, justifica a manutenção do hífen.
  • cor-de-rosa: assim como em água-de-colônia, a pronúncia e a tradição ortográfica pesaram na decisão.
  • arco-íris: a presença do acento agudo no “i” da segunda palavra exige o hífen, mesmo após a reforma.

Consulta ao VOLP: essencial para tirar dúvidas

Dada a complexidade das regras e a existência de exceções, consultar o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP) é fundamental para esclarecer dúvidas pontuais. O VOLP é a fonte oficial para questões ortográficas e deve ser utilizado como referência sempre que houver incerteza.

Em resumo, a reforma ortográfica trouxe mudanças significativas para o uso do hífen, principalmente nas locuções. Embora a simplificação seja o objetivo principal, as exceções exigem atenção e consulta a fontes confiáveis, como o VOLP. A familiarização com as novas regras e a consulta regular ao VOLP são essenciais para uma escrita correta e atualizada.