Quais são os verbos de concordância?
Verbos de concordância flexionam-se em número e pessoa, adaptando-se ao sujeito. Exemplo: Eu estudo (1ª pessoa do singular).
A Dança da Concordância Verbal: Desvendando os Verbos que Concorrem com o Sujeito
A concordância verbal, pilar fundamental da gramática portuguesa, estabelece a harmonia entre o verbo e seu sujeito. Mas nem todos os verbos seguem a mesma regra, e a complexidade da língua portuguesa reside, em parte, nessa variedade de comportamentos. Este artigo explora os tipos de verbos que, de diferentes maneiras, concordam com o sujeito, focando não na regra geral (que é amplamente conhecida), mas nas nuances que a tornam um tema tão rico e, às vezes, desafiador.
Para além do exemplo simples “Eu estudo”, a concordância verbal apresenta facetas interessantes. Não se trata apenas de ajustar o verbo ao número (singular/plural) e pessoa (1ª, 2ª, 3ª) do sujeito. A complexidade surge quando o sujeito apresenta características específicas, exigindo atenção especial na escolha da flexão verbal. Vamos analisar alguns casos:
1. Verbos Impessoais: Estes verbos não possuem sujeito, portanto, não concordam com nenhum elemento da frase. Permanecerão sempre na 3ª pessoa do singular. Os principais exemplos são:
- Verbos que indicam fenômenos da natureza: Chover, nevar, ventar, etc. Exemplo: Choveu muito ontem.
- Verbo “haver” no sentido de existir ou ocorrer: Exemplo: Havia muitas pessoas na festa. (Note que, se substituído por “existiam”, a concordância mudaria).
- Verbo “fazer” indicando tempo: Exemplo: Faz três anos que nos conhecemos.
2. Verbos com Sujeito Composto: Quando o sujeito é composto (possui mais de um núcleo), a concordância pode seguir diferentes caminhos:
- Concordância com o núcleo mais próximo: Exemplo: A alegria e a euforia contagiaram a plateia. (Concordância com “euforia”)
- Concordância com o núcleo mais distante: Em casos menos frequentes, mas possíveis, o verbo pode concordar com o núcleo mais distante. Esta opção geralmente é usada para enfatizar um elemento específico do sujeito composto.
- Concordância com o elemento mais próximo se os núcleos são orações: Exemplo: Tanto a chuva quanto o vento atrasaram o nosso passeio.
- Concordância com o núcleo mais próximo se os núcleos são sinônimos: Exemplo: A calma e a tranquilidade acalmaram o nosso ânimo.
- Concordância atrativa: Uma variante da concordância com o núcleo mais próximo, geralmente usada quando o núcleo mais próximo está próximo do verbo e é singular.
- Concordância siléptica: Concordância com a pluralidade implícita, ainda que o sujeito seja singular, quando este remete a um conjunto. Exemplo: A multidão invadiram o campo. (A concordância com “multidão” seria “invadiu”, mas a concordância siléptica reflete a ideia de pluralidade).
3. Verbos com Sujeito Indeterminado: Nesses casos, o sujeito não é expresso na frase, mas pode ser inferido. Geralmente, a concordância se faz na 3ª pessoa do singular (com o verbo “haver” impessoal, como já vimos).
4. Verbos de Ligação: Esses verbos (ser, estar, parecer, ficar, permanecer, etc.) ligam o sujeito ao predicativo, e concordam com o sujeito em número e pessoa. Exemplo: Os alunos estão animados.
Em suma, a concordância verbal não se resume a uma regra simples. A compreensão dos diferentes tipos de verbos e suas peculiaridades é fundamental para dominar a construção de frases gramaticalmente corretas e elegantes. A observação cuidadosa do sujeito e o entendimento do contexto são cruciais para se escolher a flexão verbal adequada, evitando equívocos e garantindo a clareza da comunicação.
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