Quais são os verbos pessoais?

Desvendando os Verbos Pessoais: Mais que Simples Conjugação

A gramática portuguesa, rica e complexa, apresenta diversas categorias verbais, e uma das mais fundamentais é a distinção entre verbos pessoais e impessoais. Enquanto a definição de verbos impessoais é relativamente direta (aquelas formas verbais que não possuem sujeito explícito ou implícito), a compreensão dos verbos pessoais exige uma análise mais profunda do que apenas a sua conjugação. Este artigo visa esclarecer, de forma concisa e original, a natureza dos verbos pessoais, extrapolando a simples definição de “verbo que se conjuga”.

A característica principal de um verbo pessoal é sua capacidade de flexionar-se em todas as pessoas gramaticais, concordando em número e pessoa com o sujeito da oração. Isso significa que ele pode ser conjugado nas seis pessoas: primeira pessoa do singular (eu), segunda pessoa do singular (tu), terceira pessoa do singular (ele/ela/você), primeira pessoa do plural (nós), segunda pessoa do plural (vós) e terceira pessoa do plural (eles/elas/vocês). Essa flexão expressa a relação direta entre o agente da ação (o sujeito) e o verbo que a descreve.

Por exemplo, o verbo “amar” é pessoal: eu amo, tu amas, ele ama, nós amamos, vós amais, eles amam. Observe a concordância perfeita entre o sujeito e a forma verbal em cada caso. Essa capacidade de conjugação completa é o que define, essencialmente, um verbo pessoal.

No entanto, a simples capacidade de conjugação não é suficiente para classificar todos os verbos como pessoais. Existem verbos que, embora possam ser conjugados em algumas pessoas, apresentam restrições em seu uso. Por exemplo, alguns verbos, como os que indicam fenômenos meteorológicos (chover, nevar), são frequentemente usados apenas na terceira pessoa do singular, mesmo admitindo, teoricamente, outras conjugações. A restrição de uso, neste caso, ultrapassa a questão da flexão gramatical, sendo determinante para sua classificação como impessoal.

Portanto, a definição de verbo pessoal deve considerar não apenas sua capacidade de conjugação completa, mas também a sua flexibilidade semântica e sintática. Um verbo pessoal demonstra a sua personalidade através da concordância plena com o sujeito e da sua capacidade de transmitir a ação em diferentes perspectivas (eu, tu, ele/ela, nós, vós, eles/elas). É a relação intrínseca entre o verbo e o sujeito que define sua condição de pessoal, e não apenas a possibilidade de declinação em todas as pessoas gramaticais. A distinção entre verbos pessoais e impessoais reside, portanto, na sua integração completa e plena à estrutura da oração, sendo a conjugação apenas uma consequência desta integração.