Que tipos de autismo existem?

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O Transtorno do Espectro Autista (TEA) manifesta-se em diferentes graus, classificados em níveis de suporte necessários. O nível 1, antes conhecido como autismo leve, requer apoio mínimo. O nível 2, ou autismo moderado, demanda suporte substancial. Já o nível 3, anteriormente chamado de autismo severo, exige apoio muito substancial e constante devido às dificuldades de comunicação e interação social.

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Além dos Níveis: Desvendando a Complexidade do Espectro Autista

O autismo não é uma condição monolítica, mas sim um espectro. A ideia de “tipos” de autismo, embora ainda presente no senso comum, tem se tornado obsoleta diante da compreensão contemporânea do Transtorno do Espectro Autista (TEA). A classificação em níveis de suporte (1, 2 e 3), como você mencionou, substitui as antigas denominações de “leve”, “moderado” e “severo”, que se mostraram imprecisas e estigmatizantes. Mas, além desses níveis, é fundamental entender que o autismo se manifesta de forma única em cada indivíduo.

Pensar em “tipos” pode levar a comparações injustas e à incompreensão da heterogeneidade do TEA. Duas pessoas diagnosticadas com autismo de nível 2, por exemplo, podem apresentar características e necessidades completamente diferentes. Uma pode ter dificuldades significativas na comunicação verbal, enquanto a outra pode se comunicar fluentemente, mas apresentar desafios na interação social e comportamentos repetitivos intensos.

Então, ao invés de “tipos”, devemos focar nas dimensões do autismo, que se entrelaçam e influenciam o nível de suporte necessário. Essas dimensões incluem:

  • Comunicação Social: Abrange desde dificuldades sutis na interpretação de linguagem não verbal e reciprocidade social, até a ausência completa da fala.
  • Comportamentos Restritivos e Repetitivos: Engloba desde interesses específicos intensos e aderência a rotinas, até movimentos repetitivos (estereotipias) e resistência a mudanças.
  • Diferenças Sensoriais: Hipersensibilidade ou hiposensibilidade a estímulos sensoriais como luz, som, toque, cheiro e paladar, que podem impactar significativamente o cotidiano.
  • Comorbidades: O TEA frequentemente coexiste com outras condições, como Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), ansiedade, depressão, dislexia e epilepsia, adicionando camadas de complexidade ao quadro.
  • Habilidades Cognitivas: O espectro autista abrange indivíduos com deficiência intelectual, inteligência média e até mesmo com altas habilidades/superdotação, demonstrando a ampla variação cognitiva.

A combinação única dessas dimensões em cada indivíduo cria um perfil singular de autismo. Portanto, mais importante do que categorizar em “tipos”, é compreender as necessidades individuais e oferecer o suporte adequado em cada dimensão. Essa abordagem personalizada, centrada na pessoa e não no rótulo, é crucial para promover a qualidade de vida, a inclusão e o desenvolvimento pleno de todos os autistas.