Como se manifesta a doença do beijo?

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A doença do beijo, ou mononucleose, é causada pelo vírus Epstein-Barr, transmitido pela saliva. Seus sintomas incluem febre, dor de garganta, placas na garganta e ínguas no pescoço.

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Desvendando a Doença do Beijo: Mais que um simples beijo

A “doença do beijo”, romantizada pelo nome, esconde por trás da alcunha a mononucleose infecciosa, uma condição causada pelo vírus Epstein-Barr (VEB). Embora a transmissão pela saliva, principalmente através do beijo, seja a forma mais conhecida de contágio, a doença não se limita a esse tipo de contato. Compartilhamento de copos, talheres, escovas de dente e até mesmo espirros e tosse podem disseminar o vírus, tornando-o mais comum do que se imagina, especialmente entre adolescentes e jovens adultos.

A manifestação da mononucleose é variada e pode ser facilmente confundida com outras infecções, o que dificulta o diagnóstico. A “assinatura clássica” da doença inclui a tríade: febre, dor de garganta (faringite) e inchaço dos gânglios linfáticos (linfadenopatia), principalmente no pescoço, mas podendo afetar também axilas e virilha. As placas na garganta, semelhantes às da amigdalite bacteriana, também são frequentes, contribuindo para a confusão diagnóstica.

Além desses sintomas mais comuns, a mononucleose pode se manifestar de forma mais ampla, com:

  • Fadiga intensa e prolongada: Este é um sintoma característico da mononucleose e pode persistir por semanas ou até meses após a fase aguda da infecção, impactando significativamente a qualidade de vida do paciente.
  • Cefaleia: Dores de cabeça, muitas vezes intensas, podem acompanhar o quadro.
  • Dor muscular e nas articulações (mialgia e artralgia): Contribuindo para a sensação geral de mal-estar.
  • Aumento do baço (esplenomegalia) e do fígado (hepatomegalia): Em alguns casos, esses órgãos podem aumentar de tamanho, sendo importante evitar atividades de contato físico intenso durante a fase aguda para prevenir ruptura do baço.
  • Erupção cutânea: Menos frequente, pode se assemelhar a outras doenças exantemáticas, dificultando ainda mais o diagnóstico.
  • Icterícia (amarelamento da pele e olhos): Um sinal de comprometimento hepático, relativamente raro na mononucleose.

A intensidade dos sintomas varia de pessoa para pessoa. Alguns indivíduos infectados pelo VEB podem apresentar um quadro leve ou até mesmo assintomático, enquanto outros experimentam sintomas mais intensos e prolongados. É fundamental ressaltar que a mononucleose, apesar de geralmente benigna, pode apresentar complicações em casos raros, como ruptura do baço, inflamação do fígado (hepatite), problemas neurológicos e hematológicos.

Diante da suspeita de mononucleose, a consulta médica é imprescindível. O diagnóstico é feito com base nos sintomas, exame físico e exames laboratoriais específicos, como o teste de anticorpos heterófilos (Monotest) e a contagem de linfócitos atípicos no sangue. Não existe tratamento antiviral específico para a mononucleose. O tratamento visa aliviar os sintomas, com repouso, hidratação adequada, analgésicos e antitérmicos. Em casos de infecções bacterianas secundárias na garganta, antibióticos podem ser prescritos.

A prevenção da mononucleose envolve medidas simples, como evitar o compartilhamento de objetos pessoais que possam estar contaminados com saliva, e adotar hábitos de higiene adequados, como lavar as mãos frequentemente. É importante lembrar que, uma vez infectado pelo VEB, o vírus permanece no organismo por toda a vida, podendo ser reativado em situações de baixa imunidade, embora raramente cause novos episódios de mononucleose.