Como conjugar o verbo no infinitivo pessoal?

Desvendando o Infinitivo Pessoal: Mais Que Uma Simples Flexão Verbal

O infinitivo, aquela forma verbal que geralmente termina em “-r” (ex: amar, correr, partir), é frequentemente apresentado de forma simplista. No entanto, ele apresenta uma riqueza morfológica que frequentemente passa despercebida: a flexão em infinitivo pessoal. Compreender essa flexão é crucial para dominar a nuance e a precisão da escrita e da fala em português.

A principal diferença entre o infinitivo impessoal (ou não flexionado) e o pessoal reside na indicação explícita do sujeito. No infinitivo impessoal, o sujeito não é explicitado, permanecendo subentendido ou implícito na oração. Já no infinitivo pessoal, o verbo é flexionado, concordando com o sujeito expresso ou subentendido, tornando-o visível na estrutura da frase.

Infinitivo Impessoal (Não Flexionado): A ação verbal é apresentada de forma genérica, sem especificar quem a realiza.

• Exemplo 1: É importante estudar com afinco. (Sujeito implícito: você/ alguém)
• Exemplo 2: Eles começaram a falar. (Sujeito implícito: eles, mas a ação de falar é vista como independente, sem concordância específica)
• Exemplo 3: Desejo viajar para o exterior. (Sujeito implícito: eu)

Infinitivo Pessoal (Flexionado): A ação verbal é atribuída a um sujeito específico, explicitado ou facilmente deduzível pelo contexto. A flexão se assemelha à conjugação verbal em outros tempos e modos, mas mantendo-se no infinitivo. A concordância verbal é fundamental.

Exemplos de Infinitivo Pessoal:

• Exemplo 1: Para eles vencerem, é necessário muito esforço. (Sujeito explícito: eles)
• Exemplo 2: É fundamental nos dedicarmos aos estudos. (Sujeito explícito: nós)
• Exemplo 3: Espero que ela consiga realizar seus sonhos. (Sujeito explícito: ela)
• Exemplo 4: Vi as crianças brincarem no parque. (Sujeito explícito: as crianças) Note a diferença sutil, mas significativa, em relação ao exemplo 2 da seção anterior.

Casos em que o Infinitivo Pessoal é Mais Frequente:

O infinitivo pessoal é mais comum em construções com:

• Orações subordinadas: especialmente as substantivas, que funcionam como sujeito, objeto ou complemento nominal.
• Construções com verbos que exigem complemento com infinitivo: deixar, ver, ouvir, fazer, mandar (e outros) frequentemente aceitam o infinitivo pessoal, especialmente quando se deseja enfatizar o sujeito da ação.
• Construções enfáticas: para realçar o sujeito da ação expressa pelo infinitivo.

Conclusão:

Dominar o uso do infinitivo pessoal, com sua correta conjugação e concordância, é essencial para escrever e falar com maior precisão e elegância. Distinguir o seu uso do infinitivo impessoal, analisando o contexto e a necessidade de explicitar o sujeito da ação verbal, eleva a qualidade da sua comunicação. A prática constante e a observação atenta da língua em uso são as melhores ferramentas para internalizar essas nuances da gramática portuguesa.