Como definimos a língua de sinais?

9 visualizações

Língua de sinais, como a Libras, é muito mais que gestos. Ela possui estrutura gramatical e semântica próprias, assemelhando-se à língua portuguesa na complexidade. É um sistema linguístico completo e autônomo, com vocabulário e regras sintáticas específicas, utilizado pela comunidade surda brasileira.

Feedback 0 curtidas

Como Definimos a Língua de Sinais?

A Língua Brasileira de Sinais (Libras), e outras línguas de sinais em geral, são frequentemente mal compreendidas, sendo vistas apenas como um conjunto de gestos. No entanto, a realidade é bem mais complexa e fascinante. Libras, assim como outras línguas de sinais, não são meramente uma forma de comunicação gestual; são verdadeiras línguas, completas e autônomas, com suas próprias estruturas gramaticais, semânticas e lexicais.

A definição de língua de sinais parte da compreensão de seu funcionamento intrínseco. É fundamental reconhecer que a Libras (e outras línguas de sinais), apesar de usar a visualidade como principal canal de comunicação, não se reduz a simples traduções de gestos para palavras. Ela utiliza recursos específicos, como expressões faciais, posicionamentos do corpo, movimentos das mãos, e até mesmo o espaço que envolve os comunicantes, para construir significados.

Assim como o português, a Libras possui uma estrutura sintática própria, que organiza as informações de maneira diferente da língua falada. As regras gramaticais de formação de frases, uso de tempos verbais, e construção de orações são tão complexas e diversificadas quanto na língua portuguesa. O vocabulário da Libras é vasto e rico, abrangendo desde conceitos abstratos até detalhes do cotidiano. Palavras são expressas através de signos, que combinam aspectos visuais como a forma, o movimento, a localização e a direção das mãos.

A riqueza semântica de Libras se manifesta na capacidade de expressar nuances de sentimentos, pensamentos e intenções. Expressões faciais e variações nos movimentos corporais podem modificar radicalmente o significado de um sinal, demonstrando maturidade linguística semelhante ao português.

Diferenciar a Libras (ou qualquer outra língua de sinais) de uma simples linguagem gestual é crucial. A compreensão da Libras como um sistema linguístico autônomo, com suas próprias regras e estruturas, é essencial para promover a inclusão e o respeito à comunidade surda. Ao reconhecer a Libras como uma língua, reconhecemos a capacidade intelectual e comunicacional dos surdos, permitindo-lhes participar plenamente da sociedade em igualdade de condições. Assim, a definição de língua de sinais não se resume a gestos, mas a um sistema complexo e sofisticado de comunicação, tão rico e diverso quanto qualquer outra língua.