Como é definida a língua de sinais?

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Línguas de sinais são sistemas linguísticos visuoespaciais, desenvolvidos em comunidades surdas, que podem ter origens independentes ou derivar de outras línguas de sinais. Diferentemente de gestos, seus sinais são unidades lexicais estruturadas, articuladas pelas mãos e compreendidas pela visão, formando uma gramática própria e complexa.

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Como é Definida uma Língua de Sinais?

Línguas de sinais são sistemas linguísticos complexos, profundamente distintos de gestos ou expressões corporais comuns. Apesar da aparente simplicidade visual, elas possuem uma estrutura gramatical tão elaborada quanto qualquer língua oral, sendo sistemas completos e autônomos para a comunicação. A chave para compreender a especificidade das línguas de sinais reside em sua natureza visuoespacial.

Diferentemente do português, inglês ou qualquer outra língua oral, a informação não é transmitida apenas pela voz, mas por meio de um sistema de sinais que utiliza as mãos, a expressão facial, a postura corporal e o espaço ao redor do emissor como componentes essenciais da mensagem. Essa utilização combinada de recursos faz com que uma única “palavra” em uma língua de sinais possa conter múltiplos elementos, refletindo a riqueza semântica da língua.

Uma das características cruciais que distinguem uma língua de sinal de um conjunto de gestos é a existência de uma estrutura gramatical própria. Os sinais não são meramente representações de objetos ou ideias, mas sim unidades lexicais com uma ordem e uma sintaxe específicas. As posições das mãos, as orientações das mãos, o movimento das mãos, o espaço utilizado para a realização do sinal, e até mesmo as expressões faciais, todos são partes integrais dessa estrutura, contribuindo para o significado preciso da mensagem.

As línguas de sinais não são simplesmente imitações visuais das línguas orais. Ao contrário, elas são sistemas linguísticos que surgiram e evoluíram dentro de comunidades surdas, moldadas por suas próprias necessidades comunicativas. Isso significa que uma língua de sinais, assim como o português ou o inglês, possui um vocabulário e uma gramática que se desenvolvem internamente e são únicos para a sua comunidade.

A origem de uma língua de sinais pode ser independente, ou seja, ela pode ter surgido espontaneamente dentro de uma comunidade surda sem nenhum vínculo aparente com outras línguas, ou pode se derivar de outras línguas de sinais, assim como as línguas orais evoluem e se ramificam ao longo da história. Em ambas as situações, a língua de sinais resultante é um sistema linguístico autônomo, com suas próprias regras e estruturas.

Em resumo, uma língua de sinais é um sistema linguístico visuoespacial, completo e autônomo, com estrutura gramatical própria, desenvolvido dentro de comunidades surdas. Sua complexidade e riqueza demonstram a capacidade humana de criar formas de comunicação além da oral, adaptando-se a diferentes realidades e necessidades. Ela não é apenas uma forma de expressar palavras, mas um sistema de comunicação rico e abrangente, que merece respeito e reconhecimento como qualquer outra língua.