Como identificar a concordância verbal na frase?

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O verbo concorda com o sujeito. Em frases com expressões partitivas (maioria de, parte de, etc.) seguidas de um substantivo, a concordância verbal pode se dar com o numeral ou com o substantivo que o acompanha, permitindo dupla possibilidade de concordância. A escolha dependerá do contexto e da ênfase desejada.

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Desvendando a Concordância Verbal: Uma Análise Prática

A concordância verbal, a harmonia entre o verbo e seu sujeito, é um pilar fundamental da gramática portuguesa. Mas, para além da regra básica – o verbo concorda com o sujeito em número e pessoa –, existem nuances que podem gerar dúvidas. Este artigo visa esclarecer esses pontos, oferecendo uma abordagem prática e contextualizada para a identificação da concordância verbal em frases diversas.

A regra primordial é simples: o verbo deve “combinar” com o sujeito da frase. Se o sujeito é singular, o verbo também o será; se o sujeito é plural, o verbo também será plural. Por exemplo:

  • Sujeito Singular: A menina cantou uma linda canção. (verbo singular)
  • Sujeito Plural: As meninas cantarão uma linda canção. (verbo plural)

Entretanto, a complexidade surge quando nos deparamos com estruturas sintáticas menos diretas. Vejamos alguns casos:

1. Sujeito Composto: Quando o sujeito é composto (formado por dois ou mais núcleos), o verbo geralmente vai para o plural:

  • O professor e os alunos participaram da atividade.

Se os núcleos do sujeito composto forem sinônimos ou se referirem à mesma pessoa, o verbo pode ficar no singular:

  • A alegria e o contentamento invadiu seu coração.

2. Expressões Partitivas: Aqui reside uma das maiores fontes de dúvidas. Expressões como “a maioria de”, “a parte de”, “um grupo de”, “uma porção de”, etc., seguidas de um substantivo, permitem dupla concordância verbal. O verbo pode concordar com o substantivo da expressão partitiva (concordância atrativa) ou com o numeral implícito (concordância lógica).

  • A maioria dos alunos aprovou/aprovou na prova. (Concordância com “maioria” – singular / Concordância com “alunos” – plural)

A escolha entre a concordância atrativa e a lógica depende, como mencionado, do contexto e da ênfase. Se a ênfase recai sobre a parte do todo, o verbo tende a concordar com o substantivo que acompanha a expressão partitiva (plural). Se a ênfase é na totalidade, a concordância com a expressão (singular) é mais adequada.

3. Sujeito Indeterminado: Em construções com verbo na terceira pessoa do plural, sem sujeito explícito, temos um sujeito indeterminado:

  • Disseram que a festa foi ótima.

4. Verbos Impessoais: Verbos impessoais, como os que indicam fenômenos da natureza, sempre ficam na terceira pessoa do singular:

  • Choveu muito ontem.

5. Concordância com o mais próximo: Em construções com sujeito composto seguido de orações subordinadas, a concordância pode ser feita com o núcleo do sujeito mais próximo. Esta regra é menos frequente e depende do contexto, sendo muitas vezes considerada variante informal.

Compreender a concordância verbal exige atenção à estrutura sintática da frase e à ênfase desejada. A prática constante, aliada à análise cuidadosa dos exemplos, é a chave para dominar essa parte fundamental da língua portuguesa. Dúvidas persistentes podem ser sanadas com consultas a gramáticas normativas e dicionários.