Como saber quando usar o verbo no infinitivo?

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O infinitivo impessoal indica ações genéricas ou sem referência a pessoa. Também expressa ordens, pedidos, conselhos e outras formas de comando.

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Desvendando o Mistério do Infinitivo: Quando Usá-lo?

O infinitivo, aquela forma verbal que termina em “-r”, “-res”, “-rmos”, etc. (ex: amar, correr, partir), muitas vezes causa dúvidas quanto à sua utilização. Aprender a empregá-lo corretamente é crucial para uma escrita precisa e elegante. Embora a definição básica seja simples – a forma não-conjugada do verbo –, sua aplicação prática envolve nuances que merecem atenção. Este artigo visa esclarecer quando e como usar o infinitivo, focando especialmente em sua forma impessoal.

A afirmação de que o infinitivo impessoal indica ações genéricas é parcialmente verdadeira, mas necessita de maior precisão. Ele, de fato, expressa ações de forma abstrata, sem vincular a ação a um sujeito específico. Observe os exemplos:

  • Errar é humano. Aqui, “errar” não se refere a uma pessoa específica, mas à ação de errar em geral.
  • Viver é lutar. Similarmente, a frase aborda a experiência de viver de forma ampla, sem sujeito definido.

No entanto, o infinitivo impessoal vai além da simples generalização. Ele desempenha um papel crucial em construções que expressam:

1. Ordens, pedidos e conselhos:

  • Cale-se! (ordem)
  • Deixe-me pensar. (pedido)
  • Procure aprender mais. (conselho)

Nessas frases, o infinitivo funciona como um imperativo, transmitindo uma direção ou recomendação sem a necessidade de um sujeito explícito. A ênfase está na ação em si, não em quem a realiza.

2. Expressões idiomáticas:

Muitas expressões idiomáticas utilizam o infinitivo impessoal:

  • A vida é para ser vivida.
  • Está na hora de partir.
  • É difícil de entender.

Nestes casos, o infinitivo se integra à estrutura da frase, contribuindo para seu significado, sem que haja um sujeito gramatical claro para ele.

3. Construções com verbos impessoais:

Verbos como “é preciso”, “é necessário”, “convém”, “importa”, “é bom”, entre outros, frequentemente se combinam com o infinitivo impessoal:

  • É preciso estudar.
  • É necessário ter paciência.
  • Convém refletir antes de agir.

Aqui, o infinitivo completa o sentido do verbo impessoal, indicando a ação necessária ou aconselhável.

4. Sujeito implícito e facilmente identificável:

Em alguns casos, embora não haja sujeito explícito, ele pode ser facilmente inferido pelo contexto:

  • Viajar requer planejamento. (Sujeito implícito: viajar)

Apesar da ausência de um pronome ou substantivo como sujeito, o contexto torna evidente que se trata do ato de viajar.

Infinitivo Pessoal x Infinitivo Impessoal: A Diferença Crucial

É fundamental distinguir o infinitivo impessoal do infinitivo pessoal. O infinitivo pessoal apresenta flexão de pessoa (o que indica o sujeito que realiza a ação), enquanto o impessoal não possui essa flexão.

  • Infinitivo Pessoal: Eu querer, tu quereres, ele querer, nós querermos, vós quererdes, eles quererem. (A flexão indica o sujeito)
  • Infinitivo Impessoal: Querer é preciso. (Sem flexão, sem sujeito explícito)

Em resumo, o uso do infinitivo impessoal depende do contexto e do efeito que se deseja alcançar. Ao analisar a construção da frase e a intenção comunicativa, fica mais fácil distinguir entre o seu uso impessoal e o uso pessoal, garantindo a clareza e precisão da sua escrita. A prática e a leitura atenta são fundamentais para dominar essa importante ferramenta da língua portuguesa.