Quando o verbo deve estar no infinitivo?

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O infinitivo, forma nominal do verbo, pode ser impessoal, sem sujeito explícito, enfatizando a ação. Caso contrário, o infinitivo flexionado destaca o sujeito, concordando com ele em número e pessoa, especialmente quando o sujeito da oração principal e o do infinitivo são iguais. A escolha entre as formas depende da ênfase desejada.

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O Infinitivo Verbal: Flexionar ou não flexionar? Eis a questão!

O infinitivo, essa forma nominal do verbo que termina em “-r” (ex: amar, correr, partir), frequentemente gera dúvidas quanto à sua flexão. Afinal, quando devemos utilizá-lo na sua forma impessoal (sem flexão) e quando é necessário flexioná-lo, concordando com o seu sujeito? A resposta, como muitas vezes na língua portuguesa, não é simples e depende de uma análise cuidadosa do contexto.

A forma impessoal do infinitivo, sem marcação de pessoa e número, é a mais comum e geralmente é utilizada quando a ação verbal não se refere a um sujeito específico ou quando este sujeito é indeterminado ou genérico. Observe os exemplos:

  • “É preciso estudar muito para passar no vestibular.” Aqui, “estudar” não se refere a um sujeito específico, mas a uma ação necessária de forma geral.
  • “Vi crianças brincarem no parque.” O verbo “brincar” está no infinitivo impessoal, pois o sujeito (“crianças”) é o objeto da percepção (“vi”).

No entanto, a flexão do infinitivo é obrigatória em algumas situações, principalmente quando se quer destacar o sujeito da ação verbal e evitar ambiguidades. Isso acontece principalmente quando há uma clara distinção entre o sujeito da oração principal e o sujeito do infinitivo, e este último precisa ser explicitado para garantir a clareza da frase. Vejamos:

  • Situação 1: Sujeitos distintos e ênfase no sujeito do infinitivo:

    • Incorreto: “Espero eles terminarem o trabalho.” (Ambíguo: quem espera? O sujeito do infinitivo é indeterminado).
    • Correto: “Espero que eles terminem o trabalho.” (Oração subordinada, mais claro).
    • Correto: “Espero-os terminarem o trabalho.” (Pronome oblíquo + infinitivo flexionado, clara a relação de dependência).
    • Correto: “Espero eles terminarem o trabalho a tempo.” (Infinitivo flexionado para evitar ambiguidade, a frase sugere que a espera é dependente da ação deles).
  • Situação 2: Sujeitos idênticos, mas com ênfase no sujeito do infinitivo:

    • “Preciso estudar para a prova.” (Infinitivo impessoal, o foco é na ação de estudar).
    • “Preciso estudar muito para a prova; preciso estudarmos muito para a prova.” (Infinitivo flexionado para enfatizar a ação coletiva, um estudo em grupo por exemplo). A flexão reforça a ideia de sujeito plural.
  • Situação 3: Construções com pronomes oblíquos átonos:

    • O infinitivo flexionado é frequente com pronomes oblíquos átonos, principalmente em construções com verbos causativos ou de percepção: “Vi-o partir.” “Deixei-as saírem.”

Em resumo, a escolha entre o infinitivo pessoal (flexionado) e o impessoal (não flexionado) depende da intenção comunicativa e da necessidade de clareza. A flexão do infinitivo, embora não seja obrigatória em todos os casos, auxilia na precisão da mensagem, tornando o texto mais claro e menos ambíguo, especialmente quando o sujeito do infinitivo precisa ser destacado e diferenciado do sujeito da oração principal. A análise cuidadosa do contexto é fundamental para tomar a decisão correta e evitar erros de concordância. Em caso de dúvida, optar pela clareza e pelo uso de estruturas alternativas, como a oração subordinada, pode ser a melhor estratégia.