Como se referir a quem tem autismo?

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A forma mais adequada e respeitosa de se referir a alguém com autismo é utilizando expressões como pessoa com autismo ou pessoa com transtorno do espectro autista (TEA). Evite o termo autista, considerado inadequado por desumanizar a pessoa e focar na condição, e não no indivíduo. O autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento.

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Mais que um diagnóstico: a importância da linguagem inclusiva ao falar sobre autismo

O autismo, ou Transtorno do Espectro Autista (TEA), é uma condição neurobiológica que afeta a forma como o cérebro processa informações, impactando a comunicação, interação social e comportamentos. Compreender essa condição e, principalmente, a forma como nos referimos às pessoas que a vivenciam, é crucial para construir um mundo mais inclusivo e respeitoso.

A discussão sobre a linguagem apropriada em relação ao autismo é fundamental. Enquanto o debate evolui, uma coisa se mantém constante: a necessidade de priorizar a pessoa acima do diagnóstico. A linguagem que utilizamos reflete nossa compreensão e respeito (ou falta deles) por essas pessoas.

A forma mais adequada e respeitosa de se referir a alguém com autismo é:

  • Pessoa com autismo: Esta frase coloca a pessoa em primeiro lugar, reconhecendo-a como um indivíduo completo, com suas próprias características, habilidades e experiências, que possui autismo, mas não é definida por ele.
  • Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA): Similar à opção anterior, mas utiliza a nomenclatura clínica completa, adequada em contextos mais formais ou quando se deseja maior precisão diagnóstica.

O que evitar:

  • Autista: Embora este termo seja utilizado por alguns indivíduos autistas para se autodescrever, seu uso por pessoas neurotípicas (isto é, sem autismo) pode soar desumanizante. Ele reduz a pessoa à sua condição, como se o autismo fosse sua identidade completa, obscurecendo sua individualidade e complexidade. Usar “autista” como adjetivo (“o autista fez isso”) reforça essa desumanização.
  • “Sofre de autismo” ou expressões similares: Essas frases carregam uma conotação negativa, sugerindo que o autismo é uma doença ou algo a ser “curado” ou “superado”, em vez de uma variação neurobiológica.
  • Linguagem infantilizante ou eufemismos: Evite termos como “criança especial” ou outros eufemismos que podem minimizar a experiência da pessoa com autismo e, em muitos casos, são percebidos como paternalistas e condescendentes.

Construindo uma comunicação respeitosa:

A chave para uma comunicação eficaz e respeitosa reside na empatia e no reconhecimento da individualidade. Ao nos referirmos a pessoas com autismo, devemos lembrar que cada pessoa é única, com suas próprias forças, desafios e perspectivas. O autismo se manifesta de formas diversas, e generalizações podem ser prejudiciais.

A inclusão começa com a linguagem. Ao optarmos por termos que valorizam a pessoa acima do diagnóstico, demonstramos respeito e contribuímos para um ambiente mais acolhedor e compreensivo para pessoas com TEA. Lembre-se: tratar cada indivíduo com dignidade e respeito é fundamental, independentemente de suas diferenças neurobiológicas.