O que é erro de concordância?

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A concordância verbal, frequentemente ignorada, exige a harmonia entre sujeito e verbo. Um sujeito singular exige verbo singular; um sujeito plural, verbo plural. A falta dessa harmonia constitui erro de concordância, um problema gramatical bastante comum, conforme aponta o portal R7. Sua correta aplicação garante clareza e precisão na escrita.

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A Harmonia Perdida: Desvendando os Erros de Concordância Verbal

A beleza da língua portuguesa reside, em parte, na sua elegância e precisão. Uma das ferramentas que contribuem para essa elegância é a concordância verbal, a harmonia entre o sujeito e o verbo de uma oração. Quando essa harmonia se quebra, surge o erro de concordância, um deslize gramatical que, apesar de comum, compromete a clareza e a credibilidade do texto. Mas afinal, o que caracteriza um erro de concordância?

Simplificando, um erro de concordância verbal ocorre quando o verbo não se flexiona corretamente para concordar com o seu sujeito em número (singular ou plural) e pessoa (1ª, 2ª ou 3ª pessoa). A regra básica é simples: sujeito singular pede verbo singular; sujeito plural pede verbo plural. Por exemplo: “O gato mia alto” (sujeito singular – “o gato” – verbo singular – “mia”). “Os gatos miam alto” (sujeito plural – “os gatos” – verbo plural – “miam”).

A complexidade, no entanto, surge quando nos deparamos com sujeitos compostos, orações subordinadas substantivas, expressões quantitativas, entre outras construções sintáticas. Nestes casos, a concordância pode seguir diferentes regras, gerando dúvidas frequentes e, consequentemente, erros.

Casos comuns de erro de concordância:

  • Sujeito composto: Aqui, a concordância normalmente se faz no plural: “O pai e a mãe viajaram“. Porém, há exceções, como quando os núcleos do sujeito são sinônimos ou se referem à mesma pessoa: “A tristeza e a melancolia o consumiam”. A concordância também pode se dar com o núcleo mais próximo, especialmente se houver uma sequência extensa de termos: “A beleza, a elegância, a sutileza da obra impressionaram o público”.

  • Expressões quantitativas: Expressões como “a maioria de”, “a maior parte de”, “grande número de”, “um bando de” podem gerar dúvidas. Geralmente, o verbo concorda com o substantivo que acompanha a expressão: “A maior parte dos alunos faltou à aula”. Porém, a concordância também pode ser feita no singular, dando ênfase à quantidade: “A maioria dos alunos faltou à aula”.

  • Verbo “ser”: O verbo “ser” apresenta peculiaridades na concordância. Quando o sujeito é um pronome pessoal, o verbo concorda com ele: “Eu sou feliz”. No entanto, quando o sujeito indica quantidade, peso, medida ou data, o verbo geralmente concorda com o predicativo: “Dez anos é muito tempo”.

  • Concordância com o sujeito posposto: Quando o sujeito vem depois do verbo, é fácil cometer erros de concordância. A atenção redobrada é crucial para garantir a harmonia: “Chegaram atrasados os alunos“.

A importância da concordância verbal:

A concordância verbal não é apenas uma questão de gramática normativa. Ela contribui significativamente para a clareza e precisão da escrita e da fala. Um erro de concordância pode gerar ambiguidade, dificultando a compreensão do texto e até mesmo alterando o sentido pretendido. Em contextos formais, como documentos oficiais ou trabalhos acadêmicos, a concordância correta é fundamental para demonstrar domínio da língua e credibilidade.

Em suma, dominar a concordância verbal é essencial para qualquer pessoa que busca aprimorar sua comunicação escrita e falada. A prática e a consulta a gramáticas normativas são aliadas importantes nesse processo. A busca constante pela harmonia entre sujeito e verbo garante textos mais claros, precisos e elegantes.