O que é um erro de concordância verbal?

A Concordância Verbal Descomplicada: Evite Erros e Domine a Gramática

A língua portuguesa, com sua beleza e complexidade, frequentemente nos desafia. Um dos obstáculos mais comuns, até mesmo para falantes nativos, é a concordância verbal. Mas não se preocupe! Entender esse conceito fundamental da gramática é mais fácil do que você imagina.

O que é a Concordância Verbal e Por Que Ela Importa?

Em termos simples, a concordância verbal é a harmonia que deve existir entre o sujeito e o verbo em uma frase. Significa que o verbo precisa se ajustar ao sujeito em número (singular ou plural) e pessoa (primeira, segunda ou terceira).

Por que isso é importante? Porque a concordância correta garante a clareza e a correção gramatical do seu texto. Frases com erros de concordância soam estranhas, confusas e podem até mesmo comprometer a sua credibilidade. Imagine a diferença entre:

• Errado: As crianças brinca no parque.
• Correto: As crianças brincam no parque.

A segunda frase soa muito mais natural e profissional, concorda?

A Regra Básica: Singular com Singular, Plural com Plural

A regra fundamental da concordância verbal é:

• Sujeito no singular, verbo no singular. Exemplo: O gato dorme no sofá.
• Sujeito no plural, verbo no plural. Exemplo: Os gatos dormem no sofá.

Parece simples, certo? E na maioria dos casos, é! No entanto, a língua portuguesa apresenta algumas nuances que podem confundir.

Casos Especiais Que Merecem Atenção:

• Sujeito Composto: Quando o sujeito é composto (formado por dois ou mais núcleos), a concordância geralmente é feita no plural.

  • Exemplo: João e Maria chegaram cedo.

  Mas atenção! Existem exceções. Se os núcleos do sujeito composto forem sinônimos ou reforçarem a mesma ideia, o verbo pode ficar no singular:

  • Exemplo: Paz e tranquilidade reinava naquele lugar.

• Sujeito Coletivo: Sujeitos coletivos (como turma, grupo, família) geralmente pedem o verbo no singular.

  • Exemplo: A multidão gritava eufórica.

  Entretanto, se o sujeito coletivo estiver especificado (seguido de um complemento que o particulariza), o verbo pode concordar tanto com o coletivo no singular quanto com o termo especificador no plural.

  • Exemplo: A maioria dos alunos faltou à aula. (ou faltaram à aula.)

• Pronomes Relativos “Que” e “Quem”:

  • Com o pronome “que”, o verbo concorda com o antecedente do pronome.
    • Exemplo: Fui eu que fiz o bolo.
  • Com o pronome “quem”, o verbo pode concordar com o antecedente do pronome ou ficar na terceira pessoa do singular.
    • Exemplo: Fui eu quem fez o bolo. (ou Fui eu quem fizeste o bolo. – menos comum no português do Brasil, mas gramaticalmente correta).

• Verbos Impessoais: Alguns verbos, como haver (no sentido de existir) e fazer (indicando tempo decorrido), são impessoais e permanecem na terceira pessoa do singular.

  • Exemplo: Há muitos livros na estante.
  • Exemplo: Faz dez anos que ele se mudou.

Dicas Para Evitar Erros de Concordância:

1. Identifique o sujeito da frase: Localizar o sujeito é o primeiro passo.
2. Analise o núcleo do sujeito: Qual é a palavra principal que representa o sujeito?
3. Preste atenção aos casos especiais: Sujeito composto, coletivo, pronomes relativos e verbos impessoais exigem atenção redobrada.
4. Leia a frase em voz alta: Muitas vezes, o ouvido nos ajuda a identificar discordâncias.
5. Revise seus textos com atenção: Dedique tempo à revisão para garantir a correção gramatical.

Conclusão:

Dominar a concordância verbal é fundamental para uma comunicação clara e eficaz. Ao entender as regras básicas e prestar atenção aos casos especiais, você estará apto a evitar erros comuns e aprimorar a qualidade dos seus textos. Lembre-se: a prática leva à perfeição. Quanto mais você escrever e revisar, mais natural se tornará a concordância verbal em suas produções textuais. Comece hoje mesmo a aplicar essas dicas e veja a diferença!