Vai haver ou vao haver?

“Vai haver” ou “vão haver”? Desvendando o mistério do verbo haver impessoal

A dúvida sobre a conjugação do verbo “haver” em frases que indicam existência ou ocorrência de algo é bastante comum. Muitos se questionam: “Vai haver” ou “vão haver”? A resposta, aparentemente simples, esconde uma compreensão fundamental da impessoalidade verbal.

A chave para solucionar essa questão reside na compreensão do caráter impessoal do verbo “haver” quando empregado no sentido de “existir”, “acontecer” ou “ocorrer”. Diferentemente da maioria dos verbos, que concordam com o sujeito da frase, o “haver” impessoal permanece invariavelmente na terceira pessoa do singular. Isso significa que, independentemente da quantidade de coisas ou eventos, a conjugação correta será sempre na terceira pessoa do singular.

Portanto, a forma correta é “vai haver”. Observe os exemplos a seguir:

• Correto: Vai haver muitas festas de fim de ano na cidade.
• Correto: Vai haver problemas se não nos organizarmos.
• Incorreto: Vão haver muitas festas de fim de ano na cidade.
• Incorreto: Vão haver problemas se não nos organizarmos.

A tentação de conjugar o verbo “haver” no plural surge da influência de outros verbos que poderiam substituí-lo em alguns contextos, mas que não mantêm a mesma impessoalidade. Por exemplo, poderíamos dizer “Existirão muitas festas…” ou “Ocorrerão problemas…”, onde o verbo concorda com o sujeito (“muitas festas”, “problemas”). No entanto, o verbo “haver” impessoal, nesse sentido específico, não segue essa regra.

É importante destacar que o verbo “haver” deixa de ser impessoal e passa a se conjugar normalmente quando utilizado em outros sentidos, como em frases que indicam posse (“Ele havia comprado um carro.”) ou tempo decorrido (“Há muitos anos que não o vejo.”). Nestes casos, a conjugação dependerá do sujeito da frase.

Em resumo, para expressar a existência ou ocorrência de algo, utilize sempre a forma “vai haver”, mantendo a concordância verbal na terceira pessoa do singular. A aparente simplicidade da regra esconde uma particularidade importante da língua portuguesa, que merece ser compreendida para evitar erros comuns na escrita e na fala. Dominar essa nuance garante precisão e elegância na comunicação.