Como combater a DISORtOGrAFIA?

Desvendando a Disortografia: Um Guia para a Reeducação e o Sucesso Escolar

A disortografia, um transtorno de aprendizagem que afeta a escrita, frequentemente se manifesta como erros persistentes na ortografia, mesmo após o indivíduo ter recebido instrução adequada. Diferente de simples dificuldades ortográficas, a disortografia apresenta um padrão de erros que dificulta a aprendizagem e a comunicação escrita, impactando significativamente a vida acadêmica e profissional. Mas a boa notícia é que, com a abordagem certa, é possível combater eficazmente essa dificuldade. Este artigo explora estratégias comprovadas para reeducar indivíduos com disortografia, focando no desenvolvimento das habilidades cruciais para uma escrita correta e fluente.

Entendendo as Raízes do Problema:

A disortografia não é preguiça ou falta de esforço. Ela decorre de dificuldades no processamento neurológico da linguagem, especificamente na área da consciência fonológica – a habilidade de manipular os sons da fala. Isso significa que a pessoa pode ter dificuldades em:

• Segmentar palavras em fonemas: Identificar os sons individuais que compõem uma palavra.
• Associar fonemas a grafemas: Conectar os sons aos símbolos escritos que os representam.
• Memorizar padrões ortográficos: Relembrar as regras e exceções da ortografia.
• Reconhecer erros ortográficos: Perceber quando algo está escrito incorretamente.

Além do processamento fonológico, dificuldades visuo-espaciais também podem contribuir para a disortografia, afetando a organização espacial das letras na palavra e a percepção da forma visual das palavras.

Estratégias de Reeducação: Um Caminho para a Fluência Ortográfica:

A reeducação para a disortografia requer uma abordagem multifacetada, personalizada e paciente, focada em fortalecer as habilidades deficitárias:

1. Fortalecendo o Processamento Fonológico:

• Atividades de segmentação fonêmica: Jogos e exercícios que decompõem palavras em seus sons constituintes (ex: “Casa” – /k/ /a/ /z/ /a/).
• Rima e aliteração: Brincadeiras com palavras que rimam ou começam com o mesmo som, melhorando a consciência fonológica.
• Ditados com ênfase na fonética: Ditados que priorizam a decodificação oral da palavra antes da escrita, ligando som e grafia.
• Uso de softwares educativos: Programas que oferecem exercícios interativos e gamificados para trabalhar a consciência fonológica.

2. Aprimorando as Habilidades Visuo-Espaciais:

• Atividades de cópia de palavras e frases: Exercícios que exigem atenção à organização espacial das letras e palavras.
• Trabalhando com mapas mentais e esquemas: Organizando informações visualmente para facilitar a memorização e a compreensão.
• Uso de recursos visuais: Cartões com imagens e palavras, tabelas de ortografia, etc.

3. Aprendizagem Significativa e Contextualizada:

• Escrever sobre temas de interesse: Motivação é fundamental! Escrever sobre assuntos que a pessoa gosta facilita o processo de aprendizagem.
• Uso de diferentes gêneros textuais: Variar as atividades de escrita, como narrativas, descrições, poemas, etc.
• Revisão e autocorreção: Incentivar a revisão do próprio texto, buscando identificar e corrigir erros.

4. Tecnologia a Serviço da Aprendizagem:

Aplicativos e softwares específicos para disortografia podem auxiliar no processo de reeducação, oferecendo feedback instantâneo e exercícios personalizados.

Conclusão:

A disortografia, embora desafiante, não é uma barreira intransponível. Com uma intervenção precoce, um plano de reeducação adequado e o apoio de profissionais capacitados (psicopedagogos, fonoaudiólogos, professores), é possível alcançar significativos progressos na escrita, garantindo o sucesso escolar e pessoal de indivíduos com esse transtorno. A chave reside na persistência, na personalização do tratamento e na valorização do esforço individual, reconhecendo que o processo de aprendizagem é único e requer paciência e dedicação.