Como explicar uma concordância verbal?

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A concordância verbal garante a harmonia entre sujeito e verbo em número e pessoa. Se o sujeito é singular, o verbo também o será; se o sujeito é plural, o verbo acompanha, concordando em plural. Essa concordância garante a clareza e correção gramatical da frase.

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Desvendando a Concordância Verbal: Mais do que Regras, um Sentido de Harmonia

A concordância verbal, muitas vezes vista como um conjunto árido de regras, é na verdade a espinha dorsal da clareza e elegância em nossa escrita e fala. Ela representa a harmonia fundamental entre o sujeito e o verbo de uma oração, garantindo que ambos “convivam” em perfeita sintonia quanto ao número (singular ou plural) e à pessoa (primeira, segunda ou terceira). Mas, como explicar essa concordância de forma prática e acessível, indo além da simples definição de que “verbo concorda com o sujeito”?

A chave está em entender o núcleo do sujeito. É ele, o elemento principal da frase que exerce a ação verbal, que dita a regra da concordância. Imagine o sujeito como um maestro e o verbo como a orquestra: se o maestro é singular, a orquestra (o verbo) toca em uníssono; se o maestro é plural, a orquestra acompanha, em harmonia.

Casos Simples (e nem tão simples assim):

A concordância é tranquila quando o sujeito é simples e explícito:

  • Sujeito Singular – Verbo Singular: A menina canta lindamente. (Sujeito: menina – singular; Verbo: canta – singular)
  • Sujeito Plural – Verbo Plural: Os meninos cantam lindamente. (Sujeito: meninos – plural; Verbo: cantam – plural)

Agora, vamos aos desafios:

A complexidade surge quando o sujeito apresenta estruturas mais elaboradas:

1. Sujeito Composto: Quando o sujeito é formado por dois ou mais núcleos, a concordância pode se dar de duas formas:

  • Verbo no plural: A alegria e a esperança conduzem à paz. (A concordância é a mais comum e recomendada)
  • Verbo no singular (concordância atrativa): A alegria e a esperança conduz à paz. (Usada quando os núcleos são sinônimos ou estão muito próximos semanticamente, criando uma unidade de sentido.)

2. Sujeito composto anteposto ao verbo com núcleos ligados por “ou” ou “nem”:

  • Se a ideia for de exclusão, o verbo concorda com o núcleo mais próximo: Maria ou João irá à festa.
  • Se a ideia for de inclusão, o verbo vai para o plural: Maria ou João irão à festa (significando que ambos podem ir).

3. Expressões como “um dos que”, “um de nós”:

Aqui a concordância costuma gerar dúvidas. O verbo pode concordar com o pronome indefinido (“um”) ou com o pronome pessoal que o acompanha. Ambas as concordâncias são aceitáveis:

  • Ele é um dos que mais trabalha(m).

4. Coletivos:

Os coletivos (bando, grupo, equipe etc.) podem levar o verbo para o singular ou o plural. A escolha depende do foco: singular, quando o coletivo é visto como unidade; plural, quando se destaca a pluralidade dos elementos que o compõem.

  • O bando de pássaros voou sobre a floresta. (O bando como um todo)
  • O bando de pássaros voaram sobre a floresta. (Destacando os pássaros individualmente)

Conclusão:

A concordância verbal é mais que uma regra gramatical; é a harmonia que dá sentido e fluidez à nossa comunicação. Entender seus mecanismos, desde os casos mais simples até os mais complexos, é fundamental para uma escrita precisa e eficaz. A prática e a observação atenta da língua são os melhores caminhos para dominar essa arte da concordância. Lembre-se: a dúvida é natural, mas a busca pela clareza e precisão é imprescindível.