Quais são as concordâncias?

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Em português, a concordância garante a harmonia entre os termos da oração. Há dois tipos: a verbal, que liga o verbo ao sujeito, e a nominal, que estabelece a relação entre substantivos, adjetivos, artigos e pronomes.

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A Dança da Harmonia: Explorando as Concordâncias na Língua Portuguesa

A língua portuguesa, em sua riqueza e complexidade, se assemelha a uma orquestra, onde cada instrumento – cada palavra – precisa estar em sintonia para criar uma melodia harmoniosa. Essa harmonia é alcançada, em grande parte, pelas concordâncias, verdadeiras regentes que ditam as relações entre os termos das orações. Entender suas nuances é essencial para dominar a arte da comunicação escrita e falada.

Como mencionado, existem dois tipos principais de concordância: a verbal e a nominal. Vamos explorar cada uma delas, desvendando seus meandros e peculiaridades.

Concordância Verbal: O Diálogo entre Verbo e Sujeito

Imagine o verbo como um camaleão que adapta sua forma para se harmonizar com o sujeito, seu interlocutor principal. Essa adaptação se manifesta na flexão de número (singular ou plural) e pessoa (primeira, segunda ou terceira). A regra básica é simples: o verbo concorda com o núcleo do sujeito.

  • Exemplo: O gato mia. (Sujeito singular, verbo singular)
  • Exemplo: Os gatos miam. (Sujeito plural, verbo plural)

No entanto, a concordância verbal vai além dessa regra geral, apresentando casos especiais que exigem atenção:

  • Sujeito composto: Com sujeito composto anteposto ao verbo, a concordância se faz no plural. Ex: João e Maria foram ao cinema. Com sujeito posposto, o verbo pode concordar com o núcleo mais próximo ou com todos os núcleos. Ex: Foi ao cinema João e Maria. ou Foram ao cinema João e Maria.
  • Sujeito coletivo: Quando o sujeito é um coletivo (ex: turma, bando, grupo), o verbo fica no singular. Ex: A turma estudou para a prova. No entanto, se o coletivo vier especificado, o verbo pode concordar no plural, enfatizando os indivíduos. Ex: A turma de alunos estudaram para a prova.
  • Expressões partitivas: Com expressões como “a maioria de”, “grande parte de”, “uma porção de”, o verbo pode concordar com o núcleo da expressão ou com o termo que a especifica. Ex: A maioria dos alunos foi à excursão. ou A maioria dos alunos foram à excursão.

Concordância Nominal: A Sinfonia entre Substantivos e seus Determinantes

A concordância nominal, por sua vez, rege a relação entre o substantivo e seus satélites: adjetivos, artigos, pronomes e numerais. A regra básica, novamente, é a harmonia em gênero (masculino ou feminino) e número.

  • Exemplo: O menino estudioso. (Substantivo masculino singular, adjetivo masculino singular)
  • Exemplo: As meninas estudiosas. (Substantivo feminino plural, adjetivo feminino plural)

Assim como na concordância verbal, existem casos particulares que merecem destaque:

  • Adjetivo referente a vários substantivos: Quando um adjetivo se refere a vários substantivos, a concordância pode variar dependendo da posição do adjetivo. Se posposto aos substantivos, o adjetivo pode concordar com o mais próximo ou com todos. Ex: Comprei camisa e calça nova. / Comprei camisa e calça novas. Se anteposto, a concordância geralmente se faz com o substantivo mais próximo. Ex: Comprei nova camisa e calça.
  • Cores compostas: Em cores compostas, apenas o último elemento varia. Ex: Camisas verde-escuras. Exceção: azul-marinho e azul-celeste são invariáveis.
  • Palavras como “mesmo”, “próprio”, “anexo”, “obrigado”, “incluso”: Essas palavras concordam em gênero e número com o substantivo ou pronome a que se referem. Ex: Ela mesma fez o bolo. / Eles mesmos fizeram o bolo. / A carta está anexa. / Os documentos estão anexos.

Dominar as concordâncias verbais e nominais é como afinar os instrumentos da orquestra da língua portuguesa. A prática constante e a atenção aos detalhes são as chaves para alcançar a fluência e a precisão na comunicação, criando uma verdadeira sinfonia de palavras.